sábado, 19 de março de 2016

Joris Ivens (vento e arte, 2)


«Uma história de vento», 
um filme para ver o vento



o realizador Joris Ivens à espera do vento...


...e o vento chegando

«– Espera um pouco. 
Eu quero devolver-te a minha asma. 
Espera um pouco.»


(extracto: o sonho do realizador)



O poeta Qu Yuan, referido no extracto

«As ondas vêm uma após outra saudar-nos» (Qu Yuan)




A  fala do vento, no filme:

– Eu sou o vento da Sierra Madre

Eu gelo-te e faço-te chorar
Estou a sofrer

O que te faz assim

– Eu sou o vento do campo de trigo

E rio, rio, rio o dia inteiro

– Eu estou no Círculo Proibido

Aquele que sobe até mim


Há-de implorar a respiração

– Eu sou o Foehn,

O diabo da Europa gótica

– Eu sou o Mistral




Van Gogh tentou pintar-me


– Os Tunisinos chamam-me Chili, os Egípcios, Khansin
– Eu sou o Tornado
– Eu sou o terrível Simoun
– Sou el Niño, o menino fantástico e cruel da Argentina
– O meu segredo não será comunicado

Pagai tributo aos que guardam segredos

– Sou o amante de um só dia

Sou a brisa suave

– Nuvens e chuvas

Um suspiro no céu chinês 

– Eu sou a mesquita de Cadiz

Sou o que aligeira o ar pesado da noite desta cidade


– Eu sou o sopro do primeiro dia da Criação que flutua sobre as águas 

Nota Importante: 
Ler partes do poema que com o filme fez Manuel Gusmão